Existe uma pergunta que continua rodar-me na cabeça.
Não é nada de inquietante, mas me está confirmando, em parte, as minhas perplexidades
sobre a casca da atualmente veste a sociedade mundial.
Nós vivemos das pesquisas de mercado que
multinacionais e políticos atualizam constantemente e que a eles servem para saber
coisa nós preferimos ou recusamos. E todos nós, conscientes ou menos da coisa,
percorremos a estrada nos indicada.
Secularismo e Consumismo transformaram a nossa
cotidianidade, projetando-nos à procura do material (físico) e do psicológico (mental),
elidindo o terceiro ponto de equilíbrio que é a espiritualidade (religião), assim tornando-nos instáveis
e influenciáveis: para nós tornou melhor seguir as sugestões que a sociedade
nos indica, invés de opor-se às efêmeras satisfações que a mesma propõe.
E o esporte Futebol não se afasta deste clichê. Este
esporte tornou uma paixão e, assim, está substituindo as religiões: se deve
crer em tentativas realisticamente impossíveis, ou seja, em milagres.
Em linha de principio não tenho nada contra a Copa do
Mundo de Futebol, mas isto até quando espelha a realidade; quando a
aleatoriedade supera a realidade... não sou cego!
Um dado tem 6 faces e existe o 16,66% de probabilidade
que sai um determinado numero; o continuar lançar o dado, diminui em modo
exponencial a saída do mesmo numero. Mas esse fato está baseado na equidade
entre os números, ou seja, que cada face do dado seja equivalente às outras.
Iniciamos invés introduzir uma desigualdade, como a
adição dos salários dos jogadores de uma seleção respeito às outras.
Conforme a classifica EUFA, prendemos em consideração
as 6 Nações mais representativas na Champions League que são: Inglaterra,
Espanha, Alemanha, Itália, Portugal e França. Agora inserimos os salários dos
jogadores e confrontamo-los com os dos colegas da Argélia, Costa Rica, Grécia,
Nigéria, Suíça e EUA.
Eu não tive a paciência de elaborar o calculo, coisa
que deixo aos jornalistas, mas apostaria que sairia uma relação perto de 20
para 1, ou seja, os salários dos primeiros seria 20 vezes superior dos
segundos.
Se agora nos colocamos o aspecto estatístico com o
resultado da primeira fase da Copa do Mundo de Futebol 2014 (ou seja, a eliminação de Inglaterra,
Espanha, Itália e Portugal), a relação que sairia se aproximaria ao
0,00000001%, ou seja, 1 possibilidade sobre 100.000.000.
POR FAVOR!!! Mas nós somos assim estúpidos? Quando a
aleatoriedade supera a realidade? Querem criar nichos de esperança dentro de
nós? Ou é um assunto de fé? Ou chegarmos ao ponto que tudo está manipulado? Ou,
simplesmente, quem recebe um salário conspícuo não tem mais vontade de ficar de
cueca correndo atrás de uma bola?
A resposta a essas perguntas, que representa a verdade
das coisas, está ligada ao pensamento de cada um de nós: mas não é isto que me
interessa, pois é subjetivo.
Pelo contrario a mim interessa a realidade que o mundo
da bola nos apresenta. Como a bola, também o mundo em geral está cheio demais e
devem ser postos freios à loucura que o está sustentando: em caso contrario os
doidos têm razão afirmando que “os loucos são aqueles que estão fora das
cancelas”.
Hegel e Marx afirmaram que “a religião é o ópio do
povo” (cuidado, “religião” e não “religiosidade”),
assim parafraseando os antigos romanos que, há 2000 anos, organizavam espetáculos
para desviar a atenção do povo dos problemas reais; mas desviar é diferente que
iludir.
Contudo o assunto não é a religiosidade, mas o seu referencial, ou seja, a religião que foi secularizada; hoje não devemos pensar, devemos somente sentir o fútil prazer de usar a tecnologia mais recente, conhecer o exótico e viver o consumo, ou seja, escutar o que te induzem fazer e onde não se tem escolha porque se vive dirigido por controle remoto.
Em fé,
Armando Cappello
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