terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Tramonto do Partidarismo

Me peço se é possível considerar Democrático um Estado que não concede aos próprios Povos a liberdade de escolher por quem ser governados.
Entre o fim da época Moderna e o início da Contemporânea, a Europa, região oriunda do desenvolvimento democrático, foi investida por reestruturações políticas de inspiração inovadora onde as Nações, que representam os Povos, perderam peso político deixando espaço aos Estados, entidades que agregam mais Nações e assim massificando os Povos que perderam a própria identidade.
Nessas configurações e para congregar entre eles as várias culturas populares, estabelecerem-se os atuais Partidos Políticos com a intenção de representar os interesses comuns entre Povos diversos e parte do mesmo Estado.
Mas não sempre tal fórmula tive bom êxito, tão que alguns povos nunca aceitaram de submeter-se ao governo central proclamando, ou procurando de fazê-lo, a própria independência sociopolítico e cultural.
Um Povo tem origem e radicaliza a própria Cultura na Geografia do lugar onde reside, pois é do próprio território que consegue vocações agrícolas e comportamentais, usos e costumes (influenciados pelo clima) e da história que determinou a sua moral.
Uns exemplos:
  • A Itália é uma aglomeração de vários Povos (Piemontês, Valdostãos, Lombardos, Tirolês, Vénetos, Friulans, Emilianos, Toscanos, Itálicos, Sicilianos...) que, por Constituição, não podem decidir em formar uma própria Nação sendo obrigados, querendo ou não, a participar dum Estado pelo qual sentem-se sempre menos representados. E isso acontece também em outros Estados da União Europeia: Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Áustria... todas são formações múltiplas.
  • O Brasil, localizado da América do Sul e que nas palavras é uma República Federal de mais Estados, tem a Constituição declarando que os Estados-membros não podem decidir desacoplar-se: na realidade o Brasil é um Estado guia do qual os outros Estados dependem. O problema é que se quer juntar, na mesma cultura, povos que vivem climas e recursos territoriais/econômicos totalmente diferentes: de facto o território brasileiro pode reduzir-se geometricamente para um losango com ambas os eixos, norte-sul e leste-oeste, de 4.500 km.
Deixamos os exemplos para voltar ao tema tratado.
Com o passar do tempo, no interno do síngulo Estado iniciaram incrementar-se e desenvolvendo-se interesses comuns entre Corporações, as quais iniciaram pressionar os Partidos, governamentais e da oposição, para levar na frente o bem deles: assim originaram-se as "Lobbies".
Em poucas linhas procurei pintar o que aconteceu em 3 seculos de história. Mas isto é propedêutico para explicar como chegamos à abdicação dos Partidos Políticos, cujo fim deveria ser o interesse do Bem Público, a favor das Corporações, cujo fim é somente o interesse do Bem Particular: quando os Partidos Políticos não conseguem reformar o Estado, numa coerência progressiva na evolução da Sociedade, isto significa que chegou o momento de substitui-los com mecanismos democráticos que evitem a interferência corporativa a nível governamental.
Uma vez existiam o "Partido de Trabalhadores" e o "Partido de Mulheres" os quais no tempo transformaram-se em "Partido dos Trabalhadores" e " Partido das Mulheres", ou seja, se antes um grupo de pessoas agregavam-se criando um Partido tendo o objetivo único da procura do Bem Comum, em seguida grupos de pessoas agregaram-se para criar um Partido tendo como objetivo a procura do Bem Particular: na prática são Corporações que usam vestidos de Partidos Políticos.
Para alcançar o objetivo de reforma do aparado que representa os Povos, se deve agir politicamente seja nas alavancas constitucionais, como naquelas da representatividade, tirando obrigações e imposições como a impossibilidade pelo Povo de decidir autonomamente a filiação da própria Nação a um Estado, ou a sua cisão.
Coisa obstacularia, em nível de UE, a desagregação de Estados os quais, em seguida, dariam origem a Nações, representantes dos Povos, através também à nova agregação de Povos atualmente de fronteira?
Se a nível europeio existe essa autonomia decisional individual, ou seja, cada membro é livre de decidir o próprio futuro, por que isto não é possível a nível local?
Tais iniciativas enfraqueceriam a influência lobística das Corporações, libertando os Partidos Políticos dos favores aos quais atualmente estão “submetidos”.

O atual peso político é insustentável pelos Povos, sobretudo porque imposto e não escolhido. Seria o contrário se cada um decidisse em própria casa e no respeito das regras comunitárias: "Eu posso decidir onde vou, também se entro limites anteriormente escolhidos".

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